Essa lenda urbana é bastante contada
em faculdades por se tratar de cemitérios e mexer com o sobrenatural, Marta era
uma estudante de Psicologia, que no final de seu curso, ficou responsável por
pesquisar o comportamento das pessoas nos velórios e enterros. Primeiro, ela
estudou teorias sobre este comportamento. Mas depois a estudante resolveu
partir para a prática, visitando, discretamente, velórios e enterros de
estranhos. O primeiro velório foi de um senhor de idade, que tinha sido um
professor famoso. Esta cerimônia foi cheia de pompas e discursos. Porém, uma
pessoa em especial, chamou a atenção de Marta: era uma idosa, meio obesa, de
cabelos brancos, vestida de preto, com uma mantilha negra e antiga na cabeça. A
primeira vez que a estudante olhou para esta mulher, teve a impressão de que
esta velhinha não tinha pernas e estava flutuando. Porém, depois Marta olhou,
novamente, para esta esquisita figura, viu as suas pernas normais e concluiu
que aquilo poderia ter sido uma ilusão de ótica. O segundo velório, visitado
por Marta, foi de uma criança de classe baixa, num bairro muito popular. Esta
estudante estava observando o comportamento das pessoas , quando viu ,
novamente, a estranha senhora do primeiro velório. Então, Marta resolveu olhar
para a mulher com mais cuidado. Porém, a velhinha olhou em sua direção e a
estudante teve a impressão de ter visto duas estrelas no lugar dos globos oculares
desta mulher. Então, a moça pensou que isto poderia ter sido uma bobagem de sua
cabeça. O terceiro velório, que Marta visitou, foi o velório de um empresário
milionário, amigo de sua família. Por ser um velório de gente importante, só
entrava quem fosse conhecido. A estudante entrou, mas dentro do local, ela teve
uma surpresa: a idosa esquisita estava lá também. Assim Marta, também, resolveu
ir ao enterro deste homem rico e aquela estranha senhora foi junto. Após o
enterro, a estudante decidiu seguir aquela idosa esquisita, que ficou algum
tempo andando pelo cemitério, até que parou num túmulo marrom. Então, Marta
notou que a mulher da foto do túmulo era aquela mesma velhinha estranha, e, sem
querer, soltou uma exclamação: - Ave! Assim, a idosa olhou para trás e disse: -
Ave, minha filha! Desta maneira, Marta falou: - Como é possível? ! A foto da
mulher enterrada neste túmulo é a cara da senhora! Deste jeito, a velha
explicou: - Bem, isto faz sentido, porque esta mulher que esta¡ enterrada,
neste túmulo marrom, sou eu... Então, a estudante disse: - Isto não é
possível... Só pode ser uma brincadeira, ou, uma alucinação minha... E por que
a senhora visita tantos velórios e enterros?! Qual é a explicação de tudo isto?
Assim, calmamente, a velhinha falou: - Eu nasci há algum tempo atrás... A minha
vida foi indolente e sem graça... Fui filha única, não me casei, não tive
filhos e não trabalhei... Eu apenas ficava vegetando em casa... Sem fazer nada
por preguiça... Quando meus pais morreram, eu vivi tranquilamente, com a pensão
que eles deixaram para mim. Mas , quando eu morri , a primeira coisa que eu vi,
foi o filme da minha vida inteira: um tremendo vazio... Em primeiro lugar, um anjo
tentou me levar para o céu, mas eles não me aceitaram lá, porque eu não tinha
feito nada de útil para a humanidade... Depois, o mesmo anjo tentou me levar
para o inferno, mas o diabo não me aceitou porque eu não era má suficiente...
Após isto, o anjo me levou para o purgatório, mas o guardião de lá , não me
aceitou , alegando que eu não tinha feito nenhum pecado para purgar. Então,
apareceu o chefe deste anjo, que falou que o melhor a fazer era dar uma missão
útil para mim, como colaboradora da morte. Assim, Marta indagou: - E o que uma
colaboradora da morte, faz? Desta maneira, a velha respondeu: - Uma
colaboradora da morte tem uma missão parecida com a deste anjo: quando alguém
morre, ela coloca o filme da vida, desta pessoa falecida, para ela ver e guia a
sua alma até muitos lugares como: o céu, o purgatório e o inferno. Após escutar
tudo isto, Marta desmaiou. Depois de três horas, a estudante foi parar num hospital.
Mas quando ela abriu os olhos, viu, outra vez, aquela estranha senhora que
disse: - Três horas atrás, você teve uma parada cardíaca no cemitério. .
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